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VISITA GASTRONÔMICA NA ALDEIA INDÍGENA WASSU COCAU – JOAQUIM GOMES (AL)




Povo Wassu Cocal - fonte: youtube

Na pesquisa gastronômica sob a orientação da professora Kelly, a bibliotecária gastronômica Ingrid Abs e culinarista Manoel Ângelo tiveram pesquisando in loco sobre os hábitos daquela comunidade, algumas informações foram colhidas sobre a alimentação e as ervas cultivadas pela comunidade indígena. Também visitamos a casa de farinha que fica situada no próprio local.



Palestrantes liga: Dalton, Carlos, Thais
Pesquisadores gastronômicos: Ingrid e Manoel

 Café da manhã

Macaxeira, quarenta, beiju. 

Almoço


Capivara, Tatu com banana verde, macaxeira com língua de boi, Jaca verde cozinhada com galinha de capoeira e Relado de pimenta com coentão (molho que serve de acompanhamento).

Peixes na linguagem indígena


Carito, Chira, Acari e Jundiá.


Frutas cultivadas na região


Seriguela, Jaca, banana, caju, Ingá, manda, mamão, pitanga, pitomba, Araçá e brinco de viúva.


Ervas


Capim santo, Erva cidrera, Anador, Manjericão, Coentão, Terramicina, Pião roxo, Pratudo, Hortelã miúda, Hortelã grossa, hortelã de santa bárbara e erva doce.


As informações foram relatadas pela moradora do local – Sirlaine.


Fotos comunidade indígena Wassu Cocal - AL



Algumas ervas

"Cultura viva e pulsante, mas que precisa ser estudada e registrada para que a memória dos nossos primeiros habitantes não seja perdida". Bibliotecária gastronômica Ingrid Abs.

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Culinária Brasileira - cultura das regiões brasileiras



Ao longo de mais de 500 anos de história, a culinária brasileira é resultante de uma grande mistura de tradições, ingredientes e alimentos que foram introduzidos não só pela população nativa indígena como por todas as correntes de imigração que ocorreram no período. 

Cada região do país tem sua peculiaridade gastronômica e sua culinária adaptada ao clima e à geografia. Além disso, o próprio descobrimento do Brasil remete à culinária, já que as caravelas portuguesas desembarcaram aqui em 1500 enquanto navegavam em busca das Índias e suas especiarias. 

Devido às diferenças de clima, relevo, tipo de solo e de vegetação, e povos habitando uma mesma região, é muito difícil estabelecer um prato típico brasileiro. 

A unanimidade nacional é, talvez, o arroz e o feijão, cujo preparo varia conforme a região. No entanto, a mistura de dois ingredientes tão comuns na mesa do brasileiro, apesar de característica, ainda não é suficiente para resumir toda a complexidade e a riqueza da culinária nacional.

Região Norte

A forte presença indígena mesclada com a imigração européia diferencia a gastronomia do Norte de qualquer outra encontrada no país. É considerada por muitos o maior exemplo de culinária tipicamente nacional. 

Apesar de suas raízes amazônicas, a cozinha regional sofreu influência forte de imigrantes portugueses, logo no início da colonização. 

Depois, com o ciclo da borracha, outros povos chegaram e deixaram seus traços na culinária, como é o caso de libaneses, japoneses, italianos e até mesmo os próprios nordestinos que migraram para a região nesse mesmo período.

Principais ingredientes: mandioca, cupuaçu, açaí, pirarucu, urucum (açafrão brasileiro), jambu, guaraná, tucunaré, castanha do Pará.

Pratos típicos: Pato no Tucupi, Caruru, Tacacá, Maniçoba.

Região Nordeste


A diversidade climática (tropical na costa e semi-árido no interior) tem reflexos diretos na culinária nordestina. Desde o litoral de Pernambuco até o da Bahia, a presença africana se nota mais forte devido aos resquícios da escravidão durante o ciclo da cana. 

Já em Alagoas, os frutos do mar são mais recorrentes devido às suas diversas lagoas costeiras. 

No Maranhão, a influência portuguesa é ainda mais forte que nos demais estados da região, e o consumo de temperos picantes, muito comum no litoral, é menor. No sertão nordestino, o próprio clima favorece o consumo de carnes, sobretudo a carne-de-sol e os pratos feitos com raízes. A culinária das comemorações juninas também é típica do interior.

Principais ingredientes: Azeite de dendê, mandioca, leite de coco, gengibre, milho, graviola, camarão, caranguejo.

Pratos típicos: Acarajé, vatapá, caranguejada, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel, cuscuz, cocada.

Região Centro-Oeste


 A culinária da região é altamente influenciada pela pecuária, uma das principais atividades econômicas do território, daí a grande preferência da população do Centro-Oeste por carnes bovina, caprina e suína. 

Os ciclos de imigração também trouxeram a culinária africana, portuguesa, italiana e síria. E a forte presença indígena liderou a preferência regional por raízes. 

Ao norte do estado, a proximidade com o Pará refletiu diretamente no preparo de alguns pratos, principalmente os que são feitos com carne-de-sol e pequi. O Mato Grosso do Sul, no entanto, sofreu forte influência da culinária latino-americana, sobretudo nos ensopados de peixe. 

Devido à diversidade da fauna pantaneira, carnes exóticas e peixes típicos da região, como o Pacu, o Pintado e o Dourado também fazem parte do cardápio local.

Principais ingredientes: Pequi, mandioca, carne seca, erva-mate, milho.

Pratos típicos: Arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha, vaca atolada.

Região Sudeste


Influências: Até o século XIX, a cozinha do Sudeste era essencialmente influenciada pelas origens portuguesas, indígenas e africanas. Alimentos simples, como raízes, carnes, grãos e vegetais foram disseminados por todo o território do Sudeste, o que fez com que a gastronomia de cada estado se tornasse bastante similar em ingredientes e no preparo dos alimentos. 

A exceção é a culinária capixaba que, por sua proximidade com o Nordeste e grande área litorânea, tem uma forte presença de peixes e frutos do mar nos pratos do dia-a-dia. 

Após a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica, sobretudo em São Paulo, aumentou. No estado, a culinária internacional mais integrada com a culinária típica paulista é a italiana.

Principais ingredientes: arroz, feijão, ovo, carnes, massas, palmito, mandioca, banana, batatas, polvilho

Pratos típicos: Tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista, pão de queijo.

Região Sul


A mistura étnica ocorrida na região Sul resultou em uma culinária completamente diferente do resto do país, com a presença ainda mais forte da cozinha italiana, alemã, além das já presentes portuguesa e espanhola. 

O churrasco, principal prato do Rio Grande do Sul, resultou de um fato histórico. Para catequizar os índios da região na época da colonização, os padres jesuítas introduziram a criação de gado e deixaram o rebanho sob a responsabilidade dos nativos. 

Com a chegada dos tropeiros paulistas e mineiros, que escravizaram os índios, o gado permaneceu solto pelos campos e se espalhou pelo sul do território, pois não havia predadores. 

Daí a abundância de pastos e a tradição do churrasco gaúcho. Com a chegada dos italianos, as massas, a polenta e o frango foram integradas ao hábito alimentar regional. 

Já a influência alemã, ficou restrita às colônias no interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O Paraná, apesar da forte influência italiana, conta com uma presença também significativa da culinária indígena, sobretudo com raízes e grãos.

Principais ingredientes: carne bovina e ovina, farinha de milho, erva-mate.

Pratos típicos: Barreado, churrasco, galeto, sopa de capeletti, arroz carreteiro, sopa catarinense



Fonte: https://gastronomianobrasil.com.br/gastronomia-brasileira-cultura-nacional/
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          A Fazenda Carnaúba em Taperoá - PB é considerada modelo pela postura adotada em relação ao clima semi-árido do interior nordestino e conseguiram com muita competência valorizar aquilo que a natureza local oferece. Em 2013 no XI encontro nordestino do Setor venceram o concurso com destaque especial para o Queijo de Leite de Cabra.


Vamos valoriza a cultura nordestina.


Valorizando a nossa cultura vamos a qualquer lugar do país ou fora dele.




É necessário registrarmos essa cultura que está em vários lugares do Brasil, então esperamos que degustem com os olhos e boa leitura, pois, posso afirmar que os queijos são maravilhosos.

Contato da fazenda: grupiara@hotmail.com







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Caldos de Peixes e de Carne do Norte e da Amazônia

É de costume servirem-se os pratos de peixes com uma vasilha de caldo sobressalente temperado com outros estimulantes, como sejam pimenta queimosa, limão, sal, alho, cheiro-verde cortadinho, para aumentar o apetite.

Caldo de Carnes - Os cozidos de carnes bovinas, de carneiro, de porco, de animais de caça, de aves, costumam ser seguidos de vasilhas com uma quantidade de caldo, da mesma panela, porém, mais temperados, com cebola picada, alho, cominho, cebolinha, para dar um gosto mais acentuado ao prato servido. Isto não obsta que seja tomado o caldo sem estes outros temperos, como queiram. 



Pirão Escaldado - Do próprio caldo quente, retira-se a quantidade necessária, meio gordurosa, em vasilha adequada, no qual se pões farinha seca ou d'água (escolhida), mexendo-se até ficar ligado; da mesma forma se procede com o pirão ou  farofa, quando se menos molhado, para ser colido com carnes fritas, assadas de espeto, ou de grelha, na brasa, à maneira dos churrascos; nesse caso; juntando-se cebola picada, cheiro-verde, tomate e alho.


Angu - É preparado para cozidos de carnes, peixes, com farinha - seca ou d'água (branca), ou farinha de milho (fubá), ficando meio denso, sem a consistência de pirão; por isso é mais delicado; figura quase sempre nos cardápios dos restaurantes, complementando alguns pratos: "peixe cozido com angu", e outros mais.


OBS: As fotos são ilustrativas, não contém no livro.

Fonte: Antologia da Alimentação do Brasil do autor Câmara Cascudo.
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A Cultura Tropeira e sua Influência na Gastronomia de Minas Gerais



Créditos: revistagloborural.globo.com 

De acordo com as pesquisadoras Ângela V. Botelho e Liana M. Reis (2001, p. 310), “tropeiros” era a denominação aplicada a:


homens que conduziam tropas de muares, burros e bestas e penetravam no interior do Brasil transportando todo tipo de cargas e mercadorias. 

O cavalo foi introduzido na Colônia pelos portugueses como meio de locomoção e transporte, sendo também utilizados nas guerras.

 “Devido ao alto custo e à escassez desse animal, os que mais se adaptaram às ‘picadas” e as trilhas foram o burro e o jumento. Descritos nas obras dos viajantes – Eschwege, Saint Hilaire, Spix e Martius, entre outros -, os tropeiros ocuparam papel de destaque nos séculos XVIII e XIX principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.


O tropeirismo foi atividade de grande importância para a história econômica do Brasil, e em particular, nas regiões de antiga mineração, atividade produtiva que viveu seu apogeu nos séculos XVIII e XIX. 

Percorrendo caminhos e trilhas que ligavam distantes localidades das regiões sul, sudeste e centro-oeste, a atividade foi responsável pelo desenvolvimento do comércio de mercadorias e de animais de carga numa época em que o sistema de transporte dependia quase que exclusivamente destes cargueiros.

De acordo com Antonio Filho (2011, p. 151), a propósito, “o tropeirismo tornou-se uma verdadeira instituição, um modo de vida, com costumes peculiares e regras bem definidas para os diversos tipos de trabalho que envolviam aquela atividade. 

Tornou-se, enfim, uma autêntica cultura incorporada à sociedade e fundamental para dinamizar sua existência material”.

Eram os tropeiros que, no lombo de mulas atravessavam os sertões do hinterland brasileiro, levando cargas e realizando longas viagens a fim de comercializá-las. 

As mulas eram levadas do Rio Grande do Sul para a feira de Sorocaba, no estado de São Paulo (STRAFORINI, 2001). 

Santos também era um centro de negócios desses animais de carga, assim como Congonhas do Campo, em Minas Gerais. 

Os tropeiros, originários da Capitania de São Paulo,transportavam alimentos, roupas, escravos, animais, ferramentas, armas e artigos manufaturados para os povoados mineiros, retornando com o ouro. 

Os tropeiros transportavam tudo no lombo de burros e mulas, e nas paradas dessas comitivas surgiram diversos povoados. 

Uns se desenvolveram mais do que outros, dando origem a vilas, distritos e mais tarde, municípios.

As tropas caminhavam de quatro a cinco léguas diariamente (o que corresponde, aproximadamente a uma distância de trinta a quarenta quilômetros).

Nessas paradas, os tropeiros faziam roçados, plantavam milho e mandioca, para que as futuras tropas que por ali passassem pudessem alimentar as pessoas e os animais que as integravam. 

Em relação à mandioca podemos enfatizar que se tornou o produto mais popular da alimentação brasileira desde o início da colonização. 


Os bandeirantes, em suas incursões pelas matas, abrindo caminhos e clareiras, deixavam plantações de mandioca para que ao retornarem a determinados lugares, encontrassem alimento para refazer as forças dos integrantes de suas comitivas, desgastadas pelas longas caminhadas, pelo trabalho na garimpagem e pelas lutas contra os índios. 

Debret e Rugendas além de mencionarem a mandioca com freqüência em seus textos representam-na também em sua iconografia. 

Um dos desenhos de Rugendas reproduz, por exemplo, o trabalho escravo dentro de uma casa de farinha (DEBRET, 1993, RUGENDAS, 1998 a / b).


No século XVIII, com a descoberta de ouro nas Gerais, criadores da Bahia, começaram a levar o seu gado para as minas, seguindo o curso do Rio São Francisco – o rio dos currais -, onde as reses encontravam pastos e depósitos salinos. 

Nas rotas dos tropeiros, os pontos de pouso e de feiras – vale ressaltar-, serviam para o comércio do gado, como também de produtos agrícolas e manufaturados para continuar a caminhada rumo ao interior. 

Os pousos e feiras assumiram importância também como centros de fabricação e difusão de tecidos de teares manuais, para abastecer os tropeiros e a própria comunidade. 

Com a melhoria dos caminhos que ligavam São Paulo às Gerais, as mulas gradativamente foram substituindo os escravos no transporte de cargas e mantimentos para a área mineradora, assim como na descida do ouro para os portos de Santos ou de Parati.

 Às margens dos novos caminhos surgiam plantações de milho para alimentar os muares, assim como locais de pouso para condutores que muitas vezes traziam de longe, mensagens, cartas e notícias para os moradores. 

Merece destaque, ainda, então, a criação de suínos cujos subprodutos – toucinho e banha –, eram amplamente consumidos pela população das Minas Gerais (muitas vezes desenvolvida nos quintais urbanos ou rurais).

A dieta dos tropeiros marcou a culinária do brasileiro nas várias regiões por eles percorridas. 

Os alimentos empregados no preparo de sua comida tinham que ser duráveis, secos e fáceis de carregar além de proporcionarem energia suficiente para o trabalho. 

Com sua atividade, aos poucos foram se regionalizando hábitos alimentares que faziam parte do seu dia-a-dia, do seu espaço vivido. 

Sua dieta baseava-se, em geral, em alimentos não sujeitos à fácil deterioração, como feijão, toucinho, fubá, farinha, café e carne salgada. 

Quando os pousos se davam próximos a algum lugarejo, se buscava nas vendas, carne e lingüiça, além de outros alimentos, que lhes permitiam uma diversificação de dieta. 

Em cada localidade, novos produtos eram adquiridos para serem consumidos; e outros, eram aí vendidos. 

O “feijão tropeiro” se expandiu por todo o caminho percorrido por esses viajantes intrépidos. 

Seus ingredientes básicos são: feijão, ovos, farinha de milho ou de mandioca, carne seca (de boi ou de porco), ou ainda linguiça. 

Porém sabe-se que, dependendo da região, o prato apresenta variantes em relação aos tipos de carnes salgadas, ou mesmo, em relação à(s) forma(s) de preparo da iguaria e ao local onde os tropeiros cozinhavam o feijão.


Além da culinária, a atividade do tropeirismo contribuiu para a integração territorial das diversas regiões de Minas e teve grande importância no desenvolvimento econômico da região, no seu povoamento e formação de uma identidade regional. 

E mesmo com o enfraquecimento do movimento tropeiro, as influencias deixadas por ele podem ser percebidas até os dias atuais em localidades como os distritos e a sede da cidade de Ouro Preto, bem como em outras regiões do estado de Minas Gerais.


Retirado do texto: A Produção de Alimentos Tradicionais em Territórios Rurais e Urbanos


I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012


Autores: Henrique Moreira de Castro


Prefeitura Municipal de Betim – MG / Secretaria de Governo

hmc8@terra.com.br
José Antônio Souza de Deus
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Instituto de Geociências / UFMG
jantoniosdeus@uol.com.br
Paulo Henrique Correia da Silva
Escola Estadual Custódio Félix- Ribeirão das Neves/ MG
pauloleo_255@yahoo.com.br

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Autoria

A Gastroteca Virtual foi criada por Ingrid Abs, uma bibliotecária com formação em biblioteconomia, com ênfase em pesquisa gastronômica, Marketing Digital e Gestão em Segurança Alimentar. Devido à sua experiência e conhecimento, Ingrid percebeu a necessidade de criar um espaço de informação gastronômica. Além disso, a Gastroteca Virtual também produz conteúdos para ajudar na formação profissional de profissionais da gastronomia e empresários do setor de alimentação.

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