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Setor de gastronomia já emprega mais que a construção civil

Gastronomia movimentou R$ 180 bilhões no ano passado, um crescimento de 80% em cinco anos
Milhões de brasileiros descobriram o prazer de cozinhar e ganhar dinheiro com isso. O setor de gastronomia já emprega mais gente do que o da construção civil, e continua crescendo.  No lugar do terno e gravata, uniforme impecável.  O representante comercial, Lucas Rodrigues, formado em administração de empresas, era quem vendia peixe e agora está aprendendo a prepará-lo.

“Hoje em dia eu me sinto muito mais realizado mesmo agora estando estagiando, às vezes o estágio não é remunerado, mas você sente que está fazendo a coisa certa”, conta.

O engenheiro civil Fernando Pereira abandonou dez anos de trabalho e jura que está feliz. “Eu estava num canteiro de obras lidando com construção civil, construção de casas, e agora estou com a ideia de construir pratos”.

Eles se juntaram a seis milhões de brasileiros que estão num mercado aquecido em fogo alto. A gastronomia movimentou R$ 180 bilhões no Brasil no ano passado, um crescimento de 80% em cinco anos.

Em cinco anos pulou de quatro para 96, o número instituições de ensino superior que oferecem o curso de gastronomia. O de uma faculdade, em São Paulo, tem parceria com um famoso chef francês. “Todo mundo que faz uma faculdade pensa em algum momento em virar um grande chef, mas existe um mercado gigantesco de alimentação fora do lar que carece de profissionais. Os profissionais que a gente forma, está formando, são absorvidos durante o curso”, diz a diretora do campus da Estácio, Cíntia Goldenberg.

O salário de um chef, num restaurante de padrão médio, chega fácil aos R$ 5 mil e vai subindo sem limites conforme o padrão da cozinha.

“Alguns anos atrás, 10, 15 anos, os profissionais de cozinha eles caiam na cozinha por acaso, era quase um subemprego. Hoje as pessoas estão escolhendo estar nas cozinhas, então a gente vê que a cada ano o nível de remuneração está aumentando”, observa a coordenadora do curso de gastronomia da Estácio, Luciana Silva.

Passar o dia cercado de aromas e de sabores, com tempo de sobra para se inspirar e criar novas receitas. Esse é o mundo ideal na cabeça de muita gente que escolhe a gastronomia. Mas eles logo aprendem que, para se tornar um chef de sucesso, é preciso antes de tudo ser um ajudante de cozinha incansável.

“Muita gente acha que vai se formar, vai entrar numa cozinha e vai fazer tudo como faz exatamente na faculdade. É diferente e dependendo do estabelecimento que você for, eu acho que a pessoa não fica dois dias”, fala o assador Roberto Felizardo.

É a atitude que Alex Atala, o chef brasileiro mais premiado no exterior, cobra dos 30 estagiários que recebe no restaurante dele todo mês e as avaliações são rigorosas. “Eu preciso saber se aquele menino vai suportar a pressão do que é cozinhar ao longo dos anos. Do que é abrir mão dos seus finais de semana, abrir mão de suas datas festivas”.

E ele garante: o trabalho é de equipe. “A boa comida de um restaurante não é feita por um chef. Um chef extrai de uma cozinha que é composta de equipamentos e efetivamente de cozinheiros. O resultado de um restaurante vem de uma equipe coesa, equilibrada e acima de tudo bem treinada”.

Tudo isso, para a satisfação dos outros. “Antes de tudo é altruísmo. É você se entregar, entregar uma parte boa de si para outra pessoa”, diz o professor de gastronomia, Robert Flack.

Fonte: O Globo   
http://www.abrasel.com.br/index.php/component/content/article/7-noticias/1340-070512-setor-de-gastronomia-ja-emprega-mais-que-a-construcao-civil.html

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Autoria

A Gastroteca Virtual foi criada por Ingrid Abs, uma bibliotecária com formação em biblioteconomia, com ênfase em pesquisa gastronômica, Marketing Digital e Gestão em Segurança Alimentar. Devido à sua experiência e conhecimento, Ingrid percebeu a necessidade de criar um espaço de informação gastronômica. Além disso, a Gastroteca Virtual também produz conteúdos para ajudar na formação profissional de profissionais da gastronomia e empresários do setor de alimentação.

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