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Quando surgiu a Fazenda Santa Maria? E contem um pouco da história de vocês.

A Fazenda Maria surgiu depois de uma pesquisa de mercado que constatou uma carência muito grande de flores diferenciadas para a alta-gastronomia. Flores comuns na Europa e EUA ainda não eram cultivadas por aqui como alimento. Por isso, decidimos inovar e produzir produtos raros que agradariam os grandes Chefs de cozinha. E foi assim que começamos, e através da propaganda boca a boca, hoje atendemos mais de 300 clientes pelo Brasil.

Qual o diferencial de vocês?

Nosso diferencial sem dúvida alguma é nosso atendimento pré e pós-venda. Ouvimos muito nosso cliente através de feedback, que é utilizado sempre em prol da empresa, garantindo constante inovação.

Quais são os produtos cultivados na fazenda?

Nosso carro chefe são os brotos e flores comestíveis. Mas também trabalhamos com mais de 30 tipos de ervas aromáticas frescas, alfaces comuns e diferenciados, mini legumes e também as famosas orquídeas comestíveis.

Onde vocês buscam informações para melhoria de serviços e produtos oferecidos pela fazenda?

Procuramos sempre acompanhar o mercado americano e europeu, que sem dúvida alguma, continuam em nossa frente referente à esses produtos. E, imprescindivelmente, a voz de nosso cliente. Ele é a nossa base para seguirmos nosso rumo.

Vocês já pensaram ter um profissional bibliotecário na fazenda fazendo pesquisas na área em que atuam?

Nunca pensamos nessa ideia. Mas indiretamente acabamos fazendo isso, estamos sempre lendo livros, jornais, nos informando, indo a feiras, fazendo viagens, sempre em busca de informações para podermos debater tanto perante o cliente como ter certo conhecimento produtivo. Pois, plantas são sazonais, tem especificações próprias. Temos também de orientar nossos funcionários e informar nossos clientes sobre as adversidades de se trabalhar com produtos vivos.

Quais são os clientes que a fazenda atende?

Atendemos 90 % alta gastronomia. São buffets, restaurantes, personal chefs, donas-de-casa. Nosso produto tem muito valor agregado, é especial e atende todos aqueles que procuram enaltecer seus pratos com sabor, beleza e saúde.

Contato facebook: https://www.facebook.com/fazenda.maria?ref=ts&fref=ts
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Chef Ferran Adrià fala sobre "Wikipédia gastronômica"




O chef espanhol esteve em São Paulo e falou sobre a Bullipedia.


A Bullipedia será uma biblioteca on-line colaborativa de gastronomia e irá catalogar e organizar ingredientes, técnicas, preparos e teses sobre alimentos, com ajuda de universidades e escolas especializadas do mundo todo, além de especialistas voluntários. 

A ideia é ser uma referência a profissionais, estudantes e interessados no tema.


"Queremos fazer um Google melhor", disse o chef acerca do projeto Bullipedia.


Adrià afirma que na Wikipédia há pouca informação sobre gastronomia. Ele diz que o objetivo da sua Wiki não é ter milhões de verbetes, mas ser uma ferramenta para que as pessoas possam compreender o significado de cozinha e compartilhar conhecimento e informação.


A ferramenta terá um banco de dados de fornecedores de produtos, em janeiro de 2015, teses sobre cozinhas populares de diferentes países (batizadas de 'CuTesis' na Bullipedia) no mesmo ano e, a partir de 2016, algumas receitas como referência.


A tradução do conteúdo do espanhol para outros idiomas, segundo o chef, dependerá do interesse de cada país.



Fonte: Divulga Biblio

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Confeitaria  Colombo

Confeitaria Colombo – Fundada em 1894

Em seus espaços grandiosos reluzem espelhos belgas e imperam o belíssimo mobiliário em jacarandá e as bancadas de mármore italiano. São mais de cem anos de história. 

Desde de 1893 a Colombo, símbolo máximo da belle époque da cidade, faz parte do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio de Janeiro.

Mas não são apenas os grandes salões, palco de recepções a visitantes ilustres como o rei Alberto da Bélgica, em 1920, a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968, ou mesmo políticos, escritores e artistas, que marcaram a história.

Baixelas de prata portuguesa, louças da Cia Vista Alegre, mais de 500 cardápios antigos, fotos e embalagens de produtos comercializados pela Confeitaria no século passado fazem parte do belíssimo acervo, exposto no Espaço Memória. 

Criado em 2002, o Espaço pode ser reservado para eventos com até 30 pessoas.


Como estudante, pesquisadora e blogueira gastronômica tive o prazer de passar pelo centro do Rio de Janeiro e entrar por alguns minutos na confeitaria, o sentimento que tive foi de surpresa e de alegria, pois, é um local lindo e bem detalhado e tudo é luxo. 

Conhecemos o Sr. Orlando Duque, o garçom mais antigo da confeitaria, muito educado e simpático. 

E como uma boa blogueira gastronômica perguntei a ele quem era o chef confeiteiro e ele me respondeu: Sr. Renato Freire, e por minha sorte e obra do destino quando desço da área de cima da Colombo, o Sr. Orlando prontamente me apresenta ao chef confeiteiro e claro pedi para tirar uma foto com ele. 

Para mim foi um momento mágico e único conhecer a Colombo. Infelizmente não tive tempo de degustar, quem sabe em uma próxima oportunidade.


Fotos:


Eu e Chef Renato Freire















Sr. Orlando Duque (Garçom mais antigo)






Confeitaria Colombo

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No dia 26 de Setembro de 2013, tive o prazer de conhecer um projeto muito lindo que é a Biblioteca de Manguinhos na Zona Norte do Rio. E tive uma grata surpresa de encontrar um pequeno acervo de culinária e por sinal muito rico. Dedico este poster aos profissionais da alimentação e aqueles amantes de livros e culinária. Como aluna bibliotecária eis aqui a ponte entre as duas profissões como denominei de informação gastronômica.

Todos supõem conhecer bem o pão, esse alimento universal e ao alcance diário do paladar de ricos e pobres, mas serão surpreendidos nesse trabalho pela variedade de informações que o tema fornece. Sua antiguidade, que faz desse alimento um produto tipicamente artesão, contrasta, por exemplo, com sua modernidade, no sentido do que já se criou em panificação e da interminável condição de continuar criando. Gourmand World Cookbook Awards 2005 - Melhor Livro sobre Pão

Link: 
http://www.editorasenacsp.com.br/portal/produto.do?appAction=vwProdutoDetalhe&idProduto=20064



Falar em Esopo é citar uma sabedoria que não envelheceu, apesar de seus 27 séculos de idade. É mencionar a solidez dos princípios do homem através de perfeitos retratos do seu caráter e das fascinantes variações de seu comportamento. De tão sólidos, estes princípios sobreviveram, tal Homero e Virgílio, à criatividade de seus intérpretes e tradutores, entre eles um certo Jean de La Fontaine.




E eis que, na virada de mais um desses séculos, o jornalista, contista e fotógrafo Pedro Ernesto de Luna resolve dar a sua interpretação às morais e às histórias do fabulista grego, instigado pela curiosidade da neta, pela vocação revelada de pesquisador e pela frugalidade e o frescor dos temas de cada uma das fábulas selecionadas em A fabulosa culinária do Mediterrâneo dos contos de Esopo, todas dignas de animados debates à mesa do jantar.

O serviço deste jantar, mediterrâneo como convém a Esopo, nos é servido por Piero Cagnin, veneziano de nascença, brasileiro por sofisticação, que manteve absoluta fidelidade de técnicas e ingredientes, que, mal desconfiava ele, somente Alain Ducasse soubera descrever, em seu Cuisine de l’essenciel.

A ligação entre a simplicidade dos contos e a leveza das receitas está tramada em um notável arrazoado sobre a gastronomia do Mediterrâneo de Esopo, que Pedro de Luna desenvolveu com apuro histórico e que antecede o capítulo dos Contos e Receitas.

Em seus argumentos, que chegam ao requinte de explicar, seguindo os caminhos marítimos de Esopo, a origem de termos e paladares que levaram os sabores do Mediterrâneo à moda, revirou túmulos tebanos, investigou templos babilônicos e interpretou os dizeres de bíblias e alcorões.

Em resumo, dois autores e suas histórias de alta moral se transformam nesta viagem pela fabulosa culinária mediterrânea dos contos de Esopo, que vai atiçar a mente fabulosa de jovens fabulistas ou a verve fabulista de cozinheiros fabulosos.


Link: http://www.editorarecord.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=20204




AS MELHORES RECEITAS Maria Thereza Weiss Maria Thereza Weiss tem se dedicado à arte da culinária há 50 anos. Depois de muita pesquisa e infindáveis horas à beira do fogão, Maria Theresa decidiu selecionar algumas das milhares de receitas que reuniu durante toda sua vida no livro AS MELHORES RECEITAS. Para facilitar a consulta, Maria Thereza reuniu das mais simples até as mais sofisticadas receitas e as agrupou em diferentes capítulos. No livro, pode-se encontrar tudo sobre chás da tarde, canapés e salgadinhos, massas, sopas, entradas e saladas, frutos do mar, carnes, aves, arroz e risotos, legumes, cogumelos, molhos especiais, fondues e racletes de queijo e sobremesas. Ela ensina como preparar tudo aquilo que se come nos restaurantes e nunca se consegue fazer em casa, como carpaccios diferentes, de salmão ou haddock. Sem contar que AS MELHORES RECEITAS também oferece dicas sobre como organizar cardápios, qual a decoração de mesa mais adequada para as diferentes ocasiões e o que se deve servir em almoços ou jantares à americana ou em brunch.

Link:http://www.extra.com.br/livros/LivrodeGastronomia/Culinaria/Editora-Record-Melhores-Receitas-de-Maria-Thereza-Weiss-82102.html







Era uma vez um alimento cultivado há pelo menos oito mil anos pelos incas. Versátil,, saiu das alturas dos Andes, no século XVI, para espalhar-se por todo o mundo. Dos desertos do Oriente Médio às terras africanas. Introduzido na Ásia pelos holandeses, chegou à China, hoje seu maior produto. Andou pelos céus: foi a planta escolhida para ser observada num espaço sem gravidade, tornou-se estrela da nave Space Shuttle Columbia. Seu grande feio, no entanto, é poder acabar com a fome, a baixos custos e muita rentabilidade. São mais de duzentas espécies botânicas e cinco mil variedades, adaptando- se com facilidade a climas e solos diferentes. Proporciona prazer: do purê às fritas, do bolinho às recheadas. È, pois, com alegria que os Chefs da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança fornecem aqui 66 receitas inéditas e saborosíssimas. Em todas, o clima de alo astral: "Ao vencedor, as batatas!" já dizia Machado de Assis, em "Quincas Borba."


Link: 
http://www.siciliano.com.br/prod/168342/?pac_id=32597&FIL_ID=102


A Dieta Japonesa' reúne algumas receitas deliciosas dessa cozinha típica que é considerada, também, a mais saudável do mundo. Um livro único, ótimo para ser degustado por gourmets e por todos os que sonham em reduzir a cintura sem renunciar aos prazeres da boa mesa.

Link: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-510765274-livro-dieta-japonesa-yoko-takahashi-frete-gratis-_JM





Aroma Árabe" é uma saborosa coletânea de cultura, recordações e histórias do Oriente Médio. Receitas fáceis de preparar são entremeadas com relatos e anedotas sobre tradições e costumes dessa região, contados em prosa agradável e envolvente.




Em Azeite: História, Produtores, Receitas, Luciano Percussi coloca sua consistente experiência como empresário do ramo da gastronomia e da enologia a serviço da apresentação de um alimento muito tradicional em nossa cultura.: o azeite de oliva.
Aliando receitas criadas e testadas pela chef Silvia Percussi a um roteiro para degustação do azeite, o texto proporciona ao leitor não só indicações de pratos de execução simples em que esse óleo é um componente importante, como ensina e comenta a maneira de melhor identificar suas características mais sutis.






Quem é que disse que cozinha não é lugar de criança? Quando estamos bem orientados não há por que não colocar a mão na massa! E quando estamos com fome... Ora, nem todo dia é dia de sanduíche. "Bagunça na Cozinha" resolve esse problema. São mais de 70 receitas, e receitas de verdade, explicadas passo a passo e testadas dezenas vezes por adultos e crianças. Você poderá fazer uma refeição inteira, da salada à sobremesa. E, quem sabe, depois de treinar um pouco, você poderá até dar umas dicas para sua mãe quando ela tiver dificuldade.
 



Este guia traz informações fundamentais sobre o mundo da bebida mais fascinante do mundo. O guia aborda as variedades de uvas, as regiões produtoras e os estilos de vinhos italianos, além de combinações da bebida com pratos e sobremesas.
Traz ainda as listas dos vinhos Top 10 selecionadas pelo Master Sommelier Vincent Gasnier: 10 melhores vinhos tintos, 10 vinhos brancos mais indicados, 10 segredos essenciais, 10 vinhos ideais para o dia a dia, 10 vinhos excelentes para sobremesa, 10 melhores produtores, 10 fabulosos Amarones, 10 vinhos da Toscana deliciosos, 10 melhores vinhos da região Sul e muito mais.



Fonte: http://livraria.folha.com.br/catalogo/1011198/italia



Obs: Pesquisei sobre o conteúdo de alguns livros, esperem que gostem e degustem com os olhos.

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Caldos de Peixes e de Carne do Norte e da Amazônia

É de costume servirem-se os pratos de peixes com uma vasilha de caldo sobressalente temperado com outros estimulantes, como sejam pimenta queimosa, limão, sal, alho, cheiro-verde cortadinho, para aumentar o apetite.

Caldo de Carnes - Os cozidos de carnes bovinas, de carneiro, de porco, de animais de caça, de aves, costumam ser seguidos de vasilhas com uma quantidade de caldo, da mesma panela, porém, mais temperados, com cebola picada, alho, cominho, cebolinha, para dar um gosto mais acentuado ao prato servido. Isto não obsta que seja tomado o caldo sem estes outros temperos, como queiram. 



Pirão Escaldado - Do próprio caldo quente, retira-se a quantidade necessária, meio gordurosa, em vasilha adequada, no qual se pões farinha seca ou d'água (escolhida), mexendo-se até ficar ligado; da mesma forma se procede com o pirão ou  farofa, quando se menos molhado, para ser colido com carnes fritas, assadas de espeto, ou de grelha, na brasa, à maneira dos churrascos; nesse caso; juntando-se cebola picada, cheiro-verde, tomate e alho.


Angu - É preparado para cozidos de carnes, peixes, com farinha - seca ou d'água (branca), ou farinha de milho (fubá), ficando meio denso, sem a consistência de pirão; por isso é mais delicado; figura quase sempre nos cardápios dos restaurantes, complementando alguns pratos: "peixe cozido com angu", e outros mais.


OBS: As fotos são ilustrativas, não contém no livro.

Fonte: Antologia da Alimentação do Brasil do autor Câmara Cascudo.
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A Cultura Tropeira e sua Influência na Gastronomia de Minas Gerais



Créditos: revistagloborural.globo.com 

De acordo com as pesquisadoras Ângela V. Botelho e Liana M. Reis (2001, p. 310), “tropeiros” era a denominação aplicada a:


homens que conduziam tropas de muares, burros e bestas e penetravam no interior do Brasil transportando todo tipo de cargas e mercadorias. 

O cavalo foi introduzido na Colônia pelos portugueses como meio de locomoção e transporte, sendo também utilizados nas guerras.

 “Devido ao alto custo e à escassez desse animal, os que mais se adaptaram às ‘picadas” e as trilhas foram o burro e o jumento. Descritos nas obras dos viajantes – Eschwege, Saint Hilaire, Spix e Martius, entre outros -, os tropeiros ocuparam papel de destaque nos séculos XVIII e XIX principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.


O tropeirismo foi atividade de grande importância para a história econômica do Brasil, e em particular, nas regiões de antiga mineração, atividade produtiva que viveu seu apogeu nos séculos XVIII e XIX. 

Percorrendo caminhos e trilhas que ligavam distantes localidades das regiões sul, sudeste e centro-oeste, a atividade foi responsável pelo desenvolvimento do comércio de mercadorias e de animais de carga numa época em que o sistema de transporte dependia quase que exclusivamente destes cargueiros.

De acordo com Antonio Filho (2011, p. 151), a propósito, “o tropeirismo tornou-se uma verdadeira instituição, um modo de vida, com costumes peculiares e regras bem definidas para os diversos tipos de trabalho que envolviam aquela atividade. 

Tornou-se, enfim, uma autêntica cultura incorporada à sociedade e fundamental para dinamizar sua existência material”.

Eram os tropeiros que, no lombo de mulas atravessavam os sertões do hinterland brasileiro, levando cargas e realizando longas viagens a fim de comercializá-las. 

As mulas eram levadas do Rio Grande do Sul para a feira de Sorocaba, no estado de São Paulo (STRAFORINI, 2001). 

Santos também era um centro de negócios desses animais de carga, assim como Congonhas do Campo, em Minas Gerais. 

Os tropeiros, originários da Capitania de São Paulo,transportavam alimentos, roupas, escravos, animais, ferramentas, armas e artigos manufaturados para os povoados mineiros, retornando com o ouro. 

Os tropeiros transportavam tudo no lombo de burros e mulas, e nas paradas dessas comitivas surgiram diversos povoados. 

Uns se desenvolveram mais do que outros, dando origem a vilas, distritos e mais tarde, municípios.

As tropas caminhavam de quatro a cinco léguas diariamente (o que corresponde, aproximadamente a uma distância de trinta a quarenta quilômetros).

Nessas paradas, os tropeiros faziam roçados, plantavam milho e mandioca, para que as futuras tropas que por ali passassem pudessem alimentar as pessoas e os animais que as integravam. 

Em relação à mandioca podemos enfatizar que se tornou o produto mais popular da alimentação brasileira desde o início da colonização. 


Os bandeirantes, em suas incursões pelas matas, abrindo caminhos e clareiras, deixavam plantações de mandioca para que ao retornarem a determinados lugares, encontrassem alimento para refazer as forças dos integrantes de suas comitivas, desgastadas pelas longas caminhadas, pelo trabalho na garimpagem e pelas lutas contra os índios. 

Debret e Rugendas além de mencionarem a mandioca com freqüência em seus textos representam-na também em sua iconografia. 

Um dos desenhos de Rugendas reproduz, por exemplo, o trabalho escravo dentro de uma casa de farinha (DEBRET, 1993, RUGENDAS, 1998 a / b).


No século XVIII, com a descoberta de ouro nas Gerais, criadores da Bahia, começaram a levar o seu gado para as minas, seguindo o curso do Rio São Francisco – o rio dos currais -, onde as reses encontravam pastos e depósitos salinos. 

Nas rotas dos tropeiros, os pontos de pouso e de feiras – vale ressaltar-, serviam para o comércio do gado, como também de produtos agrícolas e manufaturados para continuar a caminhada rumo ao interior. 

Os pousos e feiras assumiram importância também como centros de fabricação e difusão de tecidos de teares manuais, para abastecer os tropeiros e a própria comunidade. 

Com a melhoria dos caminhos que ligavam São Paulo às Gerais, as mulas gradativamente foram substituindo os escravos no transporte de cargas e mantimentos para a área mineradora, assim como na descida do ouro para os portos de Santos ou de Parati.

 Às margens dos novos caminhos surgiam plantações de milho para alimentar os muares, assim como locais de pouso para condutores que muitas vezes traziam de longe, mensagens, cartas e notícias para os moradores. 

Merece destaque, ainda, então, a criação de suínos cujos subprodutos – toucinho e banha –, eram amplamente consumidos pela população das Minas Gerais (muitas vezes desenvolvida nos quintais urbanos ou rurais).

A dieta dos tropeiros marcou a culinária do brasileiro nas várias regiões por eles percorridas. 

Os alimentos empregados no preparo de sua comida tinham que ser duráveis, secos e fáceis de carregar além de proporcionarem energia suficiente para o trabalho. 

Com sua atividade, aos poucos foram se regionalizando hábitos alimentares que faziam parte do seu dia-a-dia, do seu espaço vivido. 

Sua dieta baseava-se, em geral, em alimentos não sujeitos à fácil deterioração, como feijão, toucinho, fubá, farinha, café e carne salgada. 

Quando os pousos se davam próximos a algum lugarejo, se buscava nas vendas, carne e lingüiça, além de outros alimentos, que lhes permitiam uma diversificação de dieta. 

Em cada localidade, novos produtos eram adquiridos para serem consumidos; e outros, eram aí vendidos. 

O “feijão tropeiro” se expandiu por todo o caminho percorrido por esses viajantes intrépidos. 

Seus ingredientes básicos são: feijão, ovos, farinha de milho ou de mandioca, carne seca (de boi ou de porco), ou ainda linguiça. 

Porém sabe-se que, dependendo da região, o prato apresenta variantes em relação aos tipos de carnes salgadas, ou mesmo, em relação à(s) forma(s) de preparo da iguaria e ao local onde os tropeiros cozinhavam o feijão.


Além da culinária, a atividade do tropeirismo contribuiu para a integração territorial das diversas regiões de Minas e teve grande importância no desenvolvimento econômico da região, no seu povoamento e formação de uma identidade regional. 

E mesmo com o enfraquecimento do movimento tropeiro, as influencias deixadas por ele podem ser percebidas até os dias atuais em localidades como os distritos e a sede da cidade de Ouro Preto, bem como em outras regiões do estado de Minas Gerais.


Retirado do texto: A Produção de Alimentos Tradicionais em Territórios Rurais e Urbanos


I SEMINÁRIO SOBRE ALIMENTOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TRADICIONAIS
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE – 21 a 23 de maio de 2012


Autores: Henrique Moreira de Castro


Prefeitura Municipal de Betim – MG / Secretaria de Governo

hmc8@terra.com.br
José Antônio Souza de Deus
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Instituto de Geociências / UFMG
jantoniosdeus@uol.com.br
Paulo Henrique Correia da Silva
Escola Estadual Custódio Félix- Ribeirão das Neves/ MG
pauloleo_255@yahoo.com.br

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Autoria

A Gastroteca Virtual foi criada por Ingrid Abs, uma bibliotecária com formação em biblioteconomia, com ênfase em pesquisa gastronômica, Marketing Digital e Gestão em Segurança Alimentar. Devido à sua experiência e conhecimento, Ingrid percebeu a necessidade de criar um espaço de informação gastronômica. Além disso, a Gastroteca Virtual também produz conteúdos para ajudar na formação profissional de profissionais da gastronomia e empresários do setor de alimentação.

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